Páscoa
Lucas 24.1 No primeiro dia da semana, de manhã bem cedo, as mulheres levaram ao sepulcro as especiarias aromáticas que haviam preparado. 2Encontraram removida a pedra do sepulcro, 3mas, quando entraram, não encontraram o corpo do Senhor Jesus. 4Ficaram perplexas, sem saber o que fazer. De repente, dois homens com roupas que brilhavam como a luz do sol colocaram-se ao lado delas. 5Amedrontadas, as mulheres baixaram o rosto para o chão, e os homens lhes disseram: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? 6Ele não está aqui! Ressuscitou! Lembrem-se do que ele disse, quando ainda estava com vocês na Galileia:
Nesse Domingo celebramos a Páscoa com todos os cristãos e em todo mundo. Sem a menor sombra de dúvida, é a data mais importante no calendário cristão. Representa valores caríssimos para todos os crentes de toda a história. Louvamos a Deus por sua fidelidade, seu amor e sua graça derramada em favor de seu povo. Por libertar-nos do Egito e conduzir-nos como peregrinos pelo deserto em direção a terra da promessa. Celebramos o cordeiro pascal que foi imolado em nosso favor. Fazemos isso, com a fé firmada em suas gloriosas promessas e confiantes na sua Palavra; com sincero arrependimento de nossos pecados e refletindo sobre nossos atos em como podemos glorificar o seu nome.
Contudo, não celebramos “a festa” (1Co 5.8) como os judeus, para eles a Páscoa ainda é uma sombra, eles ainda esperam o cordeiro de Deus. Tampouco, como um ritual cheio de representatividade, mas, sem vida ou intensidade como no romanismo papista. Ainda pior é comemorar a Páscoa com artifícios pós modernos, atrelando a páscoa ao coelho ou chocolate! A Nossa realidade é que nos reuniremos como o povo do Rei ressurreto que se agrada em louvá-Lo. Iremos celebrar a vitória sublime do Cordeiro de Deus, que morreu pelos nossos pecados, de acordo com as Escrituras. Ele foi sepultado e de lá saiu três dias depois, triunfante e vitorioso sobre o pecado e a morte. Nossa páscoa, é marcada entre outras coisas, pela celebração da ressureição do Senhor Jesus.
Porém, o volume da nossa adoração e a grandeza do nosso louvor a Cristo não supera a profundidade e o entendimento de Sua pessoa e sua obra gloriosa. Nossa adoração a Cristo pela ressurreição não irá além do nosso entendimento de seu significado. Assim, para incentivar nossa adoração pelo Senhor Jesus Cristo ressurreto enquanto celebramos o Domingo de Páscoa, Vamos refletir (1) no significado bíblico e teológico da ressurreição de Cristo. (2) Nas implicações da ressurreição corporal do nosso Senhor em nossas próprias vidas.
A Derrota do Pecado e da Morte
1Coríntios 15.20 Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias entre aqueles que dormiram. 21Visto que a morte veio por meio de um só homem, também a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem. 22Pois, da mesma forma que em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados.
Quando Paulo diz “a morte veio por um homem”, o homem ao qual ele está se referindo é Adão no Jardim do Éden. Deus deu a Adão e Eva o fruto de todas as árvores do Jardim para comer, mas os proibiu de comer de uma árvore específica. Ele disse “no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2.17). E, é claro, a serpente enganou Eva, ela comeu do fruto e o deu a Adão e, assim como Deus prometeu, naquele momento a morte entrou na criação de Deus por conta do pecado humano. A Bíblia ensina que, de uma forma misteriosa, mas real, toda a humanidade foi unida a Adão em sua desobediência de tal forma que quando ele pecou, nós pecamos. E, a partir desse momento, todo membro da raça humana nasce espiritualmente morto, e iremos sucumbir à realidade física da morte. Romanos 5.12 diz: “Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram”.
Mas assim como “a morte veio por um homem”, da mesma maneira Paulo diz que “também por um homem veio a ressurreição dos mortos”. No meio da maldição da serpente, do homem, da mulher e de toda a criação, Deus faz uma graciosa promessa de que Ele mesmo iria enviar a semente da mulher para destruir a obra do diabo e desfazer o dano decorrido do pecado do homem. E quando Cristo deixou o túmulo naquela manhã de Domingo, Ele demonstrou que Ele é a semente prometida, pois derrotou o pecado e a morte. E, é claro, as Boas Novas do Evangelho são que todos aqueles que crerem nEle irão vencer a morte e partilhar de Sua ressurreição. O pecado do primeiro Adão no jardim trouxe morte a todos os que estavam nele, isto é, a raça humana inteira. Mas a vida, morte e ressurreição do segundo Adão traz a ressurreição dos mortos a todos os que estão nEle, por meio de arrependimento e fé. Assim, a ressurreição identifica Jesus como o último Adão, o grande progenitor de uma nova humanidade. Quando Jesus deixou o túmulo, Deus estava dando provas certas de que Jesus era o Filho de Davi prometido – de que Jesus era o Messias e Salvador esperado por Israel. Portanto, quando Jesus ressuscitou ele estava declarando a derrota do pecado e da morte.
A ressureição corpórea de Jesus é algo inconcebível de crer, parece loucura. É um dos componentes do que Paulo chama de “escândalo da cruz”. A ideia de voltar para esse corpo como parte da vida após a morte é uma insensatez. Dizer para as pessoas (e para alguns crentes) que vamos voltar a viver fisicamente e conscientemente no futuro, afronta à razão e o entendimento popular de que o mundo metafísico é melhor do que a realidade física. A ideia dominante de que vamos viver em um jardim florido, deitados em redes ou em esteiras com anjinhos tocando harpa para nos entreter, alimenta o imaginário popular de muitos. Entretanto, o ensino das Escrituras é diferente disso, o Jesus ressurreto tinha carne e osso. Ele não era um fantasma. Além disso, manteve a mesma consciência e a própria identidade, tanto que os discípulos puderam reconhecê-lo, tocá-lo e conversar com ele sobre assuntos em que ele tinha pleno conhecimento. Como ele é “as primícias da ressureição” (1Co 15.20), logo, iremos todos ressuscitar como ele, fisicamente e com a nossa consciência. Vamos, vencer o pecado e o último inimigo, a morte, não por nossos méritos - como o espiritismo ensina, esvaziando a cruz de Cristo – mas, ao crermos naquilo que ele fez na cruz.
O que isso significa hoje? até o ponto em que esse futuro for real para você, ele mudará a maneira como você vive o presente. Por exemplo, por que é tão difícil enfrentar o sofrimento, a enfermidade, a morte (a própria e a de um ente querido), a mancha da reputação ou a bancarrota financeira? Porque pensamos que a nossa vida na terra resume-se a essa existência. Que esse mundo caído é o único que vamos experimentar, e que depois vamos vagar pelo universo como alma penada. É fácil sentir como se o dinheiro ou a reputação fosse a única riqueza que teremos, como se este corpo fosse o único que teremos e como se o mundo que desfrutamos fosse o único que teremos. Contudo, se Cristo ressuscitou, então nosso futuro é glorioso e muito mais certo do que isso que temos agora. E quando sabemos que este não é o único mundo, o único corpo e a única vida que teremos, qual o real valor dessas coisas? Estamos verdadeiramente livres das maiores ansiedades da vida, temos coragem para enfrentar as angústias e podemos correr os riscos dos relacionamentos.
O Cumprimento da Promessa
Atos 13.32 Nós vos anunciamos o evangelho da promessa feita a nossos pais, 33como Deus a cumpriu plenamente a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus, como também está escrito no Salmo segundo: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. 34E, que Deus o ressuscitou dentre os mortos para que jamais voltasse à corrupção, desta maneira o disse: E cumprirei a vosso favor as santas e fiéis promessas feitas a Davi. 35Por isso, também diz em outro Salmo: Não permitirás que o teu Santo veja corrupção.
A ressurreição também identifica Jesus como aquele em quem todas as promessas de Deus encontrariam seu cumprimento. Primeiro, Paulo está dizendo que a ressurreição é prova de que Jesus é o cumprimento da promessa feita a Abraão – de que em sua semente todas as nações da terra seriam abençoadas (Gênesis 22.18). Em seguida, o apóstolo cita o Salmo 2.7, Isaías 55.3 e o Salmo 16.10, demonstrando, que Jesus também era o cumprimento da promessa a Davi. Em Gálatas 3.8, Paulo ensina que essas bênçãos universais tem seu cumprimento definitivo no Evangelho da justificação pela graça somente. Entretanto, é em Atos 13.38, Paulo chega ao clímax de seu sermão quando diz:
Atos 13.38 Tomai, pois, irmãos, conhecimento de que se vos anuncia remissão de pecados por intermédio deste; 39e, por meio dele, todo o que crê é justificado de todas as coisas das quais vós não pudestes ser justificados pela lei de Moisés.
Paulo está argumentando que com base no fato de que Deus ressuscitou Jesus dos mortos, a remissão de pecados está disponível a todos os que creem no Filho ressurreto de Davi. Assim, todas as famílias da terra são abençoadas na semente de Abraão. Na ressureição de Jesus Deus estava cumprindo sua promessa feita a Abraão e a todos os patriarcas.
Quando os discípulos de Jesus assistiram atônitos a sua crucificação, eles imaginaram que era o fim. Pensaram que tudo o que eles acreditaram era uma ilusão. Por um momento, eles pensaram que estavam em uma grande campanha militar e política, que Jesus iria marchar até Roma, tomar o poder, nomeá-los seus ministros e estabelecer seu império. Ao verem os pregos entrando nos pés e nas mãos de Jesus e encravando-o naquela cruz. Quando viram a lança perfurar o seu lado e por fim seus suspiros finais de morte, pensaram que a vida dele chegara ao fim e que toda esperança deles fracassara. Na ressureição, quando Jesus em seu corpo mostrou aos discípulos suas cicatrizes. Aquelas marcas faziam com que eles se lembrassem do que Jesus fizera por eles. As mesmas marcas que eles pensavam ter acabado com a vida deles, na verdade, tinham-nas salvado. A lembrança daquelas marcas aumentariam a alegria do resto de suas vidas e daria propósito para existência deles. A recordação daquelas cicatrizes ajudou vários deles a enfrentar as próprias dores, sofrimentos e perseguições no futuro.
A ressureição significa que podemos olhar para o futuro com esperança. Esperamos com paciência o dia em que todo sofrimento terá fim. Enfrentamos as coisas mais terríveis e ainda assim, somos capazes de sentir alegria e confiança. Aguardamos o dia do Senhor, o dia em que ele consertará todas as coisas, o dia em que toda tristeza deixará de ser verdade. Percebemos que nossos maiores sofrimentos só aumentará nossa satisfação eterna. Tudo que vivemos será virado ao contrário e conheceremos esse mundo como ele realmente é, fora de qualquer parâmetro. Portanto, vivamos à luz da ressureição do corpo e da renovação gloriosa deste mundo. A ressureição de Jesus é a prova de que isso finalmente acontecerá.
Confirmação do Testemunho de Jesus
Durante seu ministério terreno, Jesus fez uma série de afirmações estupendas e surpreendentes acerca de si mesmo. Considere algumas delas:
João 10.30 Eu e o Pai somos um”.
João 14.9 Jesus respondeu: “Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’?
João 5.21 Pois, da mesma forma que o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, o Filho também dá vida a quem ele quer. 22Além disso, o Pai a ninguém julga, mas confiou todo julgamento ao Filho, 23para que todos honrem o Filho como honram o Pai. Aquele que não honra o Filho, também não honra o Pai que o enviou. 24“Eu asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida.
Essas eram afirmações ultrajantes para fazer a respeito de si mesmo! Pessoas que dizem esse tipo de coisa nunca poderiam ser chamadas de “bom mestre” ou “exemplo de moral”. Afirmar essas coisas sobre si mesmo é, no mínimo, loucura e, no máximo, blasfêmia. Então ele eleva o nível. Ele afirma que iria ressuscitar dos mortos.
Marcos 10.33 “Estamos subindo para Jerusalém e o Filho do homem será entregue aos chefes dos sacerdotes e aos mestres da lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos gentios, 34que zombarão dele, cuspirão nele, o açoitarão e o matarão. Três dias depois ele ressuscitará”.
E não apenas isso! Ele também disse que Ele mesmo iria ressuscitá-lo do túmulo!
João 10.18 Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai”.
Essa afirmação ganha de todas. Todas as outras – afirmar ser igual a Deus, ser o justo Juiz de todos, ordenar ser adorado como o Pai é adorado, afirmar ser o único caminho ao Pai – poderia ser apenas a retórica de um enganador ou um louco. Mas essa afirmação dele que Ele seria morto e iria ressuscitar a si mesmo dos mortos após três dias – isso era verificável. Ele poderia ter afirmado todas as outras coisas e ninguém poderia saber se eram verdade ou não. Mas as pessoas poderiam verificar se ele iria ou não ressuscitar dos mortos. E o ponto é: se ele podia cumprir essa afirmação, não haveria nenhuma boa razão para rejeitar as outras afirmações feitas. Se Jesus ressuscitou dos mortos, então Ele é quem Ele diz que é, e você lhe deve obediência. A ressurreição demanda obediência. A ressureição testemunha que Jesus falava a verdade sobre todas as outras afirmações de si mesmo. Ele é o Rei, ele é o supremo juiz, ele deve ser adorado, ele ressuscitou.
Portanto, se você está lendo isso e tem um compromisso exterior com o Cristianismo – você se diz um cristão, vai a igreja de vez em quando, cresceu na igreja e até lê a Bíblia vez ou outra – mas está evidente que você é o senhor da sua vida. Você estabelece a agenda da sua vida. Mas, quando seguir a Cristo requer obediência com a forma em que você gasta seu tempo e dinheiro. Como você trata seu cônjuge e sua família. Com quais coisas você se entretém – bem, então todas aquelas coisas sobre “Jesus” são apenas um monte de bobagem para fanáticos religiosos. Mas o túmulo vazio simplesmente não permite seguidores casuais de Jesus. Ele ressuscitou dos mortos ou não?
Conclusão
De fato Ele ressuscitou. E porque ele vive, isso significa que Ele é o Senhor, Ele é Deus, Ele é o Juiz e Sua Palavra é a Verdade! A ressurreição abrange todos os aspectos da sua vida. E se você não está vivendo para Ele, se você ainda se apega ao seu pecado, eu o convido a, nessa Páscoa, confessar que, apesar do que você diz sobre si mesmo, você nunca realmente creu em Cristo como seu Salvador e Senhor e a olhar para o Salvador com os olhos da fé, se arrepender de seus pecados e experimentar a vida ressurreta que provem de estar unido a Ele.
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