Homem e mulher os criou







Efésios 5.22 Esposas, cada uma de vocês deve se sujeitar ao seu marido, como ao Senhor, 23pois o marido é o cabeça da esposa, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. 24Como a igreja está sujeita a Cristo, assim a esposa esteja sujeita em tudo ao marido. 25Maridos, cada um de vocês deve amar a sua esposa, assim como Cristo amou a igreja e entregouse por ela

Introdução: Indiscutivelmente, a questão dos papéis do homem e da mulher é delicada e controversa - mesmo entre cristãos, ela está cercada de ensinos equivocados que geram feridas violentas.

Pergunta: Mas, e o que a Bíblia tem a dizer a respeito do assunto? Será que Deus se preocupou com os papeis dos homens e das mulheres no casamento?

Objetivo: A verdade é que existem papéis distintos e divinamente ordenados para homens e mulheres.

Quatro visões

Existem pelo mesmo quatro pressupostos relacionados às diferenças entre os papéis dos homens e das mulheres:

1. Feminismo.
2. Igualitarismo.
3. Conservadorismo. 4. Complementarismo.

A criação

1. Relacionamento - Gênesis 1.27 Então, Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.

A primeira alusão acerca da diferença entre homens e mulheres ocorre justamente na descrição bíblica da criação da humanidade: “homem e mulher os criou”.

  • A distinção existente entre masculino e feminino não é secundária em relação à humanidade, mas constitui o núcleo central dos seres humanos.

  • Deus não criou os seres humanos como pessoas isoladas, mas, ao nos fazer à sua imagem, criou-os para nos relacionar uns com os outros em perfeita unidade.

  • A criação de duas pessoas distintas, com as suas particularidades, mas que se relacionam perfeitamente, contribui para o fato de sermos à imagem de Deus, pois pode-se considerar que ela reflete a pluralidade e o relacionamento de pessoas dentro da Trindade.

    A seguir, o relato bíblico nos mostra que homem e mulher foram criados com igualdade absoluta. Os dois foram criados, igualmente, à imagem e semelhança de Deus; também foram, igualmente, abençoados por Deus; e receberam, igualmente, domínio sobre a terra

2. Igualdade - Gênesis 1.28Deus os abençoou e lhes disse: Sejam férteis e multipliquemse! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que rastejam sobre a terra.

  • Temos igual valor para Deus por toda a eternidade. Este fato deve excluir sentimentos como orgulho e superioridade, bem como, inferioridade ou desprezo.
  • Jamais devemos conceber a ideia de que existem pessoas de segunda classe. Indivíduos que por seu sexo (ou qualquer outra coisa) são inferiores ou desprezíveis.

  • Essa igualdade essencial distingue o cristianismo de quase todas as religiões, sociedades e culturas.

3. Complementares - Gênesis 1.28 Deus os abençoou e lhes disse: Sejam férteis e multipliquemse! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que rastejam sobre a terra.

Logo após criar homens e mulheres distintos, Deus ordenou que eles multiplicassem a raça humana. Claramente, isso é algo que só podemos fazer juntos, numa união complementar, pois nenhum dos sexos tem todas as qualidades necessárias para realizarem a tarefa sozinho.

  • Quando o relato chega na Queda da humanidade no pecado em Gênesis 3, cada um se exime da culpa pelos seus crimes e imputa responsabilidade no outro.

  • O relacionamento que era perfeito, marcado pela cumplicidade, pelo amor e pela proteção, se torna idolatra, egoísta e abusivo.

Um modelo divino

Gênesis 1.1 No princípio, Deus criou os céus e a terra. 2A terra era sem forma e vazia; havia trevas sobre as águas profundas, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.

1. Para entender completamente os papéis distintos entre homens e mulheres será necessário compreender a relação entre os membros da Trindade.

Entre eles sempre houve igualdade plena de importância, pessoalidade e divindade eternamente. Contudo, sempre houve diferenças marcantes de papéis.

  1. Se os seres humanos devem mesmo refletir o caráter de Deus, então, as distinções de papéis devem espelhar a relação entre as pessoas da Trindade.

  2. É precisamente o que encontramos na Bíblia

    Efésios 5.22 Esposas, cada uma de vocês deve se sujeitar ao seu marido, como ao Senhor, 23pois o marido é o cabeça da esposa, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. 24Como a igreja está sujeita a Cristo, assim a esposa esteja sujeita em tudo ao marido. 25Maridos, cada um de vocês deve amar a sua esposa, assim como Cristo amou a igreja e entregouse por ela 26para santificála, tendoa purificado pelo lavar da água por meio da palavra, 27e apresentála a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e sem culpa.

    Homens e mulheres desempenham papeis distintos que espelham o papel de Jesus e da igreja: Cristo em sua autoridade sacrificial e a igreja em sua submissão sacrificial.

    Em todos os aspectos, ambos devem se sacrificar. A imagem que temos aqui é de serviço e de amor mútuo, sujeitando-se às necessidades e desejos do outro.

Os papéis de liderança e submissão não estão baseados em aspectos humanos como competência ou maturidade.

Os homens não lideram por sua maturidade e capacidade e as mulheres não são submissas por serem incompetentes. Não é a performance que define isso.

  • Não tem relação qualquer com qual dos dois tem o salário mais alto ou quem faz mais atividades no cuidado dos filhos.

  • O marido não é o mediador, intercessor ou substituto das mulheres, somente o Senhor Jesus pode fazer essa obra, tanto para os homens, quanto para as mulheres.

De igual modo, o papel de rei, profeta e sacerdote da igreja pertence exclusivamente a Cristo, não sendo, em nenhuma hipótese, atribuído aos homens.

Os detalhes externos da divisão de tarefas na família podem assumir modelos e formatos em diferentes casamentos e culturas, mas a autoridade piedosa e prestativa da liderança do marido e a bondade e força alegre da submissão da mulher nos restauram ao que fomos criados para ser no início.

A liderança e a submissão na prática

Como podemos colocar todos esses conceitos em prática na vida real com todas as suas vicissitudes?

1. A Escritura não fornece mais nenhum grande detalhe no tocante ao funcionamento prático do preceito.

Em outras palavras, existe um imenso espaço para manobrar de acordo com as necessidades especiais dos casais e seus dilemas culturais. Pode parecer surpreendente, todavia, a Bíblia não ensina:

  • Que as mulheres não podem exercer suas profissões. 
  • Que não podem influenciar a sociedade em campos como comportamento, ciências, política, artes entre outras.
  • Que os homens não tem obrigação de lavar roupas ou arrumar a casa.

  • Que a mulher deve ser a principal responsável pelo cuidado diário dos filhos e o homem o provedor exclusivo das finanças da família.

2. Logo, precisamos encontrar formas de honrar e expressar os papéis do homem e da mulher, mas a Bíblia concede liberdade quanto aos detalhes específicos. Ao mesmo tempo, preserva a obrigatoriedade do preceito.

John Piper em um artigo ilustrativo, sugeriu uma resposta sábia:

Eu defino a liderança do marido segundo a Bíblia da seguinte maneira: um senso de responsabilidade bondosa de ser líder, protetor e provedor de sua esposa. [...] Esse senso de responsabilidade o levará a tomar a iniciativa junto à esposa, para que os filhos vejam o cuidado que ele tem para com a família. [...] Por fim, e talvez mais importante, o marido deve sentir a responsabilidade especial de liderar sua família em um padrão de oração, leitura bíblica e adoração.

Quando não acontecer

Geralmente, homens e mulheres não estão preparados para exercer os seus papéis como a Bíblia ordena.

  • Homens irão necessitar de esforço para desenvolver a sua liderança – senso de responsabilidade bondosa e as mulheres precisam esforçar-se para desenvolver a parte da submissão ao marido.

  • Um fundamento básico no ensino da Bíblia e na prática do aconselhamento é a de que a única pessoa sobre a qual temos algum controle somos de nós mesmos.

  1. Desse modo, se um homem ou mulher deseja se ajustar ao modelo bíblico de papéis definido e ensinado pela Escritura, não precisa obter autorização e nem deve aguardar aprovação do outro.

  2. Uma vez que tanto o papel de liderança masculina, quanto de submissão feminina são papéis de serviço, sempre é possível começar e praticar sem esperar o consentimento do outro

Conclusão

Deus em sua criação perfeita escolheu o modelo de relacionamento entre os membros da Trindade para fundamentar a identidade de homens e mulheres. O processo de descobrir e espelhar a beleza dessa identidade envolve serviço, bondade, responsabilidade e amor. Mas uma coisa é certa, não vamos encontrar satisfação fora do modelo que ele mesmo estabeleceu.


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