O que Deus fez no Natal?






Hebreus 2.14 Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, também Jesus, igualmente, participou dessas coisas, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, 15e livrasse todos os que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.

Qual é o verdadeiro significado do Natal? Seria a celebração da reunião familiar na noite festiva? O prazer momentâneo de trocar presentes? A experiência de desfrutar de uma refeição especial? Embora todos esses aspectos sejam, sem dúvida, agradáveis e prazerosos, nenhum deles capta a essência completa do Natal.

O Natal é a celebração do nascimento de Jesus, o filho encarnado de Deus. A nobre e sublime visitação do rei da glória. A expressão exata do ser maravilhoso de Deus habitando pessoalmente entre nós.

Mas, o que ele veio fazer na terra? Hebreus 2.14-15 é o texto que expressa tão claramente a conexão entre o começo e o fim da vida terrena de Jesus — entre a encarnação e a crucificação. 

Esses dois versículos deixam claro por que Jesus veio, qual seu propósito em nascer? Surpreendentemente, o autor bíblico, assinala que ele participou dessa condição humana, para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o Diabo...

Em outras palavras, Ele nasceu para morrer! Você já considerou o Natal sob esta perspectiva, que conecta a manjedoura diretamente à cruz?

Vamos usar estes versículos - uma sentença de cada vez - para explicar a perspectiva cristã do motivo da encarnação de Cristo.


A salvação dos filhos

Hebreus 2.14 Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, também Jesus, igualmente, participou dessas coisas, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, 15e livrasse todos os que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.

O termo “filhos” é tomado do versículo anterior (Hb 2.13) e se refere à descendência espiritual de Cristo, o Messias. Veja este texto:

João 1.10 O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não o conheceu. 11Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. 12Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome,

A vontade do Pai foi entregar seu Filho unigênito para ser esmagado e morto, a fim de que aqueles que não eram sua descendência pudessem ser adotados como Seus filhos (João 1.12-13). Ao enviar Cristo, Deus visava, particularmente, a salvação e a reunião de Seus 'filhos' adotivos. Dito de outra forma, ao enviar Cristo, seu filho unigênito, Deus tem em vista, particularmente, a salvação de seus “filhos” adotivos. É verdade que “Deus amou o mundo, de tal maneira, que deu [Jesus]” (Jo 3.16). Mas também é verdade que ele estava, especialmente reunindo “em um só corpo os filhos de Deus, que andam dispersos” (Jo 11.52). O desígnio de Deus era oferecer Cristo ao mundo e realizar a salvação de seus “filhos” (veja 1 Tm 4.10). Em resumo, na morte do filho de Deus, ele estava adotando pessoas como seus filhos. Podemos experimentar a adoção de filhos por receber Cristo. A adoção significa que:

Temos um Pai. Romanos 8.15 Porque vocês não receberam um espírito de escravidão, para viverem outra vez atemorizados, mas receberam o Espírito de adoção, por meio do qual clamamos: “Aba, Pai.”

As maldições do nosso primeiro pai – Adão – foram completamente canceladas e, agora, podemos ter comunhão plena com o Deus Pai. Essa comunhão é muito mais do que arroubos emocionais e experiências etéreas ou particulares. Da perspectiva bíblica, Deus compartilha com seus filhos o seu amor, a sua provisão (graça, bondade, misericórdia, justiça) e as suas instruções. Por outro lado, ele espera que seus filhos respondam com gratidão e obediência a revelação de sua vontade.

  • ●  Somos guiados pelo Espírito de Deus. Romanos 8.14 Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.

    O Espírito Santo coloca em cada crente o desejo de obedecer e de viver de acordo com a vontade do Pai. Nesse sentido, devemos ressaltar que a vontade de Deus não é subjetiva, porém, objetiva, expressa em sua palavra. Desse modo, o Espírito Santo conduz os filhos de Deus para se tornarem parecidos com Jesus.

●  Fazemos parte da família de Deus. Romanos 8.17 E, se somos filhos, somos também herdeiros; herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo, se com ele sofremos, para que também com ele sejamos glorificados.

Muitas vezes o N.T. refere-se aos crentes como irmãos e irmãs em Cristo. Isso indica a forte consciência que eles tinham da natureza da igreja como família de Deus.


A humilhação do Filho

Hebreus 2.14 Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, também Jesus, igualmente, participou dessas coisas, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, 15e livrasse todos os que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.

Cristo existia desde sempre, mesmo antes da encarnação. Ele era Espírito. Ele era a Palavra eterna. Ele estava com Deus e era Deus (Jo 1.1; Cl 2.9). Todavia, ele tomou a carne e o sangue e revestiu a sua deidade com a humanidade. Ele se tornou plenamente homem e permaneceu plenamente divino. Esse é um grande mistério em muitos aspectos, contudo, está no coração da fé cristã, e, é o que a Bíblia ensina.

A encarnação e a humilhação de Cristo não são apenas verdades doutrinárias a serem aceitas; elas se estabelecem como o modelo de vida para o crente. A maneira como os cristãos devem viver é, portanto, expressa através da sua encarnação.

Filipenses 2.3 Não façam nada por interesse pessoal ou vaidade, mas por humildade, cada um considerando os outros superiores a si mesmo, 4não tendo em vista somente os seus próprios interesses, mas também os dos outros. 5Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar de Cristo Jesus, 6que, mesmo existindo na forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus algo que deveria ser retido a qualquer custo. 7Pelo contrário, ele se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhante aos seres humanos. E, reconhecido em figura humana, 8ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.

Paulo está ensinando a maneira como devemos tratar as nossas motivações, condutas e comportamentos pecaminosos. Normalmente, lidamos com as nossas atitudes de duas formas: (1) usando o legalismo – ressaltando a possibilidade de punição por parte de Deus em caso de desobediência; ou (2) através do egoísmo – mudar de conduta para obter vantagens. O problema é que nestes dois casos, o poder para mudar o comportamento está no próprio indivíduo. Consequentemente, os méritos da mudança também repousam sobre a pessoa.

Então, como podemos mudar nosso comportamento? A transformação verdadeira ocorre quando o entendimento da palavra de Deus alcança a mente do homem por meio da pregação. A seguir, desce para o coração, modificando os afetos e os desejos mais profundos. Finalmente, a partir do interior, o comportamento é modificado permanentemente.


A morte do filho

Hebreus 2.14 Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, também Jesus, igualmente, participou dessas coisas, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, 15e livrasse todos os que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.

A razão pela qual Jesus se tornou homem, era, admiravelmente, para morrer. Como Deus - puro e simples - ele não podia morrer por pecadores. Somente um homem pode pagar os pecados cometidos pelo homem. Logo, Jesus, como homem, podia definitivamente morrer no lugar de outros homens. Desse modo, seu objetivo final era morrer. Ele nasceu para morrer!

Mas, por que ele precisou morrer? A Bíblia ensina que o salário do pecado é a morte (Rm 6.23). Quando os primeiros homens desobedeceram as ordens de Deus e pecaram, então, logo veio a sentença: eles deveriam morrer. Porque a condenação pelo pecado era a morte. E, quando Adão pecou, ele trouxe a mesma condenação para todos os homens. Todos devem morrer.

Romanos 5.12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado veio a morte, assim também a morte passou a toda a humanidade, porque todos pecaram.

Por isso Jesus precisava morrer. Para atender aos anseios da justiça divina e pagar, em seu corpo, a penalidade do pecado. Resgatando o que Paulo disse:

Romanos 5.18 Portanto, assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os seres humanos para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos para a justificação que dá vida.

Por essa razão, o apóstolo podia afirmar com convicção “já não existe condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). Os crentes, agora são – por causa da morte de Cristo –, completamente justificados diante da justiça de Deus. Sua dor e sofrimento serviram para nos livrar dos tormentos e aflições. Sua condenação injusta trouxe a nossa justiça imerecida. A obediência dele tornou-se a obediência de todos aqueles que ele justifica.

Sua condenação injusta trouxe a nossa justiça imerecida. A obediência dele tornou-se a obediência de todos aqueles que ele justifica. Esta justificação não é apenas um decreto celestial; ela transforma a nossa vida aqui e agora, afetando profundamente a maneira como encaramos a nossa própria moralidade e o nosso valor.

Na prática, não precisamos mais da justiça humana. Na verdade, as Escrituras comparam nossa justiça com trapos de imundícia. Porém, o que isso significa objetivamente? Habitualmente, buscamos ser bons cônjuges, exemplos de pais ou filhos obedientes, excelentes profissionais ou crentes piedosos acreditando que essas coisas podem nos tornar justos diante de Deus e das pessoas. Até afirmamos: “Olha como sou bom, Deus vai fazer justiça”. Por outro lado, pessoas vivem uma vida dissoluta, completamente entregues à devassidão e aos vícios crendo que Deus não está muito preocupado com essas coisas. Amparados na sabedoria popular, eles afirmam: “não tem problema se divertir um pouco... Deus é justo”.

Logo, os crentes são bons, fiéis, honestos, divertidos e alegres por que eles não precisam mais destas coisas para tornar-se justos. Suas boas obras, são resultado direto e definitivo da justiça de Deus, e não o contrário. Eles não estão em busca da aceitação de Deus. A sentença já foi proclamada pelo juiz. Além disso, ele precisou morrer para destruir aquele que tem o poder da morte, Satanás.


A morte da morte

Hebreus 2.14 Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, também Jesus, igualmente, participou dessas coisas, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, 15e livrasse todos os que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.

Ao morrer, Cristo desarmou permanentemente o diabo. Como ele fez isso? Ao cobrir todo o nosso pecado, pagar todas as nossas dívidas e atribuir sua justiça santa aos salvos. Isso significa que Satanás não tem motivos legítimos para nos acusar diante de Deus. “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica” (Romanos 8.33).

Sobre que fundamento ele justifica os pecadores? Por meio do sangue de Jesus (Romanos 5.9) derramado em sua morte. A arma definitiva de Satanás contra nós é o nosso próprio pecado. Se a morte de Jesus remove o pecado, a sua principal arma — a arma mortal que ele tem — é retirada de sua mão. Ele não pode pleitear a nossa pena de morte, porque o Juiz já nos absolveu através da morte e do sangue de seu Filho! Por isso, para o crente, viver em pecado é uma profunda incoerência, pois ele está, na prática, ignorando a vitória de Cristo e cedendo terreno à acusação que já foi legalmente desarmada. Tal conduta é incompatível com a natureza de quem herdará o Reino de Deus, como Paulo adverte em Gálatas 5:

Gálatas 5.19 Ora, as obras da carne são conhecidas e são: imoralidade sexual, impureza, libertinagem, 20idolatria, feitiçarias, inimizades, rixas, ciúmes, iras, discórdias, divisões, facções, 21invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas. Declaro a vocês, como antes já os preveni, que os que praticam tais coisas não herdarão o Reino de Deus.

Paulo dividiu os pecados em quatro áreas distintas: os pecados sexuais, espirituais, relacionais e os vícios. Todavia, o que chama a atenção é a sentença do apóstolo: “os que praticam tais coisas não herdarão o Reino de Deus”.


Sem medo da morte

Hebreus 2.14 Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, também Jesus, igualmente, participou dessas coisas, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, 15e livrasse todos os que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.

Aqueles que estão em Cristo estão livres do pavor da morte. Deus os justificou plenamente. Satanás não pode derrubar esse decreto.

Deus deseja que a nossa segurança final tenha efeito imediato em nossas vidas. Ele pretende que o final feliz remova, no presente, a escravidão, a tristeza e o medo. Paulo ensinou:

1 Coríntios 15.54 E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade e o que é mortal se revestir de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: “Tragada foi a morte pela vitória.” 55“Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?”

Não precisamos temer o nosso último e maior inimigo, a saber, a morte; então, não precisamos temer mais nada. Podemos ser livres: livres para a alegria. Livres para outras pessoas. Livres para gastar a vida na causa de Cristo. Livres do pavor de ter que aproveitar a vida.

Para isso o “verbo se fez carne”. O que Jesus deseja para o Natal é que os filhos experimentem aquilo para que foram realmente criados — contemplar e desfrutar de sua glória. Que possamos ver a Cristo com os olhos de Deus e saborear a Cristo com o coração de Deus! Essa é a essência do céu.

Esse é o presente que Cristo veio comprar para pecadores ao custo de sua morte em nosso lugar.


Conclusão

A encarnação de Cristo foi o meio para que, pela sua humanidade e morte, Ele pudesse cumprir o desígnio de Deus: resgatar seus filhos, pagar a dívida do pecado, desarmar o Diabo e nos libertar da escravidão e do medo da morte. O que Jesus deseja para o Natal é que os filhos adotivos de Deus contemplem e desfrutem da sua glória, um presente comprado ao custo de sua morte em nosso lugar, tornando a nossa alegria e a nossa liberdade completas.


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