O que não pode faltar no ano novo?




1 Coríntios 15.1 Irmãos, venho lembrar-lhes o evangelho que anunciei a vocês, o qual vocês receberam e no qual continuam firmes. 2Por meio dele vocês também são salvos, se retiverem a palavra assim tal como a preguei a vocês, a menos que tenham crido em vão. 3Antes de tudo, entreguei a vocês o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, 4e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.

Conforme se inicia um novo ano, muitos dizem: “Novo ano, vida nova!”. Para isso, planejamos novos projetos, alvos e metas. Queremos alcançar novos objetivos e vivermos novas realidades. E não há nada fundamentalmente errado em fazer planos. O problema é que, juntamente com esse clima esperançoso, está disfarçada a enganadora fala motivacional da serpente do Éden: “Você merece! Você consegue!”. Em vez de sermos encorajados a considerar o Senhor e olhar para o que Deus fez em Cristo Jesus, somos incentivados a olhar para nós mesmos e crermos na força do nosso braço — e ano após ano nos decepcionamos e ainda nos perguntamos o motivo!

Então, no lugar de buscarmos uma novidade de vida com nossas próprias forças, precisamos considerar o Senhor e ver o que Deus já fez em Cristo para que vivêssemos em novidade de vida. Tudo o que precisávamos para viver uma nova vida, Deus já nos deu. Então, precisamos nos perguntar: O que eu realmente preciso para o ano novo?

Paulo, em sua carta aos coríntios, procura recordar aos crentes o evangelho que lhes pregou. Para o apóstolo, dentre todas as coisas importantes que ele ensinou enquanto esteve com eles, essas são as questões da mais alta importância. Aqui está um esboço – uma espécie de credo antigo - do evangelho que pode ser resumido em três sentenças: (1) Cristo morreu por nossos pecados; (2) Cristo foi sepultado; (3) Cristo ressuscitou ao terceiro dia.

Lutero dizia que a mensagem do evangelho é “o artigo principal de toda doutrina cristã” e que por isso, precisamos relembrar de sua mensagem constantemente. Se tem algo que todo crente precisa no ano novo é do evangelho de Cristo.


Cristo morreu por nossos pecados

1 Coríntios 15.3 Antes de tudo, entreguei a vocês o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, 4e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.

Que “Cristo morreu pelos nossos pecados” é o princípio básico da fé cristã. Essa é a linguagem da expiação. Ao dizer que Cristo morreu por nossos pecados, Paulo afirma indiretamente a inimizade existente entre Deus e os seres humanos por causa da rebelião e da pecaminosidade humana. Para as quais o castigo justo e merecido é a morte.

Romanos 6.23Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Quando o apóstolo afirma que Cristo morreu por nossos pecados significa que ele morreu em nosso lugar para cumprir o castigo justo e superar a inimizade com Deus. Por causa da morte de Jesus recebemos o dom gratuito de Deus. No ensino do N.T., isso inclui não apenas o perdão dos pecados passados, mas também, em um sentido bem real, a libertação da escravidão da velha natureza. O evangelho não é fruto da engenhosidade ou da sabedoria humana, mas a história de um Messias crucificado que morreu em favor de pecadores.

Na prática, o que Paulo está ensinando é que na cruz Jesus recebeu aquilo que nós merecíamos: o pecado, a culpa e a condição decaída do mundo recaíram sobre ele. Ele nos amou tanto que tomou sobre si a justiça divina para que pudéssemos ser completamente perdoados de nossos pecados. Ele fez isso por meio de seu sacrifício substitutivo.

Romanos 5.8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores.

Deus não só falou de amor ou explicou o que era o amor, ele provou seu amor por nós. Como Ele fez isso? De acordo com o texto, Deus prova seu amor, morrendo uma morte horrenda, cruel e dolorosa em nosso favor.

Só vamos conseguir amar outras pessoas – mesmo as pessoas boas e que nos fazem bem – se conseguirmos compreender o grande amor de Cristo por nós. Para amar é preciso estar disposto a sacrificar aquilo que é valioso para nós mesmos, como reputação, gostos, vontades, desejos, entre outros. Se fizermos isso, motivados por alguma retribuição, então a atitude que tomamos perde o valor e ficamos arrasados quando não somos recompensados. Quantos casamentos foram destruídos porque os cônjuges basearam sua entrega de amor na possibilidade de ser amado? Quando não somos amados na proporção em que amamos ficamos destruídos. Todo amor, todo amor real e verdadeiro, o amor capaz de transformar é um sacrifício substitutivo. Foi isso que Jesus fez e é precisamente o que devemos fazer.


Cristo foi sepultado

1 Coríntios 15.3 Antes de tudo, entreguei a vocês o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, 4e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.

De forma direta, o apóstolo afirma que um corpo morto foi colocado no túmulo, para que a ressurreição que se segue seja reconhecida como uma realidade objetiva, e não apenas um fenômeno espiritual. Alguns grupos e setores da teologia tentam negar a morte objetiva e final de Jesus, coisa que Paulo não fez. Parte importante da teologia do N.T. é o fato consumado do sepultamento de Jesus.

Um ponto crítico no evangelho é a plena humanidade de Jesus. A Bíblia ensina que Jesus possuía um corpo humano. Ele nasceu, passou pela infância, enfrentou a juventude e a vida adulta. Ele tinha sede, fome e outras necessidades comuns a todos que possuem um corpo físico. Seu corpo deixou de conter a vida e parou de funcionar, assim como acontece com o nosso corpo quando morremos.

As Escrituras ensinam vários motivos pelos quais Jesus tinha de ser plenamente humano. Podemos listar aqui três razões:

1. Para ser nosso exemplo e padrão na vida - 1João 2.6 quem diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou.

O alvo final de todo crente é ser conformado à imagem de Cristo. Aprendemos com ele como devemos amar, perdoar e servir. Sua vida como homem tornou-se referência de como os homens devem viver. Ele é o ser humano perfeito.

2. Para compadecer-se de nós como nosso sumo sacerdote –

Hebreus 4.15 Porque não temos sumo sacerdote que não possa se compadecer das nossas fraquezas; pelo contrário, ele foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.

Por que Ele viveu como homem, é capaz de condoer-se mais plenamente de nós em nossas experiências nesta existência. Temos alguém que sabe exatamente como são nossas dores. Ele conhece a depressão, Ele viveu a angústia, experimentou o abandono, foi perseguido e humilhado. Ele sabe o que é padecer.

3. Para possibilitar uma obediência representativa – Romanos 5.19 Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.

Jesus era nosso representante e obedeceu em nosso lugar naquilo que Adão falhou e desobedeceu. A desobediência de Adão trouxe a condenação, logo, a obediência de Cristo trouxe a salvação. Portanto, não precisamos mais da obediência da lei como forma de obter nossa absolvição. Ao contrário, a nossa obediência é fruto do penoso trabalho do Senhor.

Desse modo, a plena humanidade de Cristo, trata-se do milagre mais maravilhoso de toda a Bíblia. O Filho de Deus, onipresente e eterno, despiu-se de toda sua glória para ser homem e permanecerá assim por toda a eternidade. Sem dúvidas, esse é o mais profundo milagre e o mais profundo mistério em todo o universo.


Cristo ressuscitou ao terceiro dia

1 Coríntios 15.3 Antes de tudo, entreguei a vocês o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, 4e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.

A ressurreição de Cristo é o ápice sem o qual seu sofrimento e morte não fazem sentido algum. Por causa de sua ressurreição, seus seguidores têm esperança de vida eterna na presença de Deus. Uma vida que já se iniciou e que provou seu poder na existência dos crentes. Os que já se tornaram parte do corpo de Cristo e receberam do mesmo espírito que ressuscitou a Jesus dentre os mortos têm a garantia de que serão ressuscitados do dia da sua vinda. A ressurreição de Cristo assegura que a obra em andamento entre os que pertencem a Cristo se completará. Ignorar a ressurreição é ignorar a razão de ser cristão. Se a morte não foi vencida, a igreja é apenas para esta existência e, ineficaz em seus efeitos eternos. Todavia, o ensino dos apóstolos é que Deus removeu o aguilhão da morte na ressurreição de Jesus.

Atualmente tem sido discutido com frequência sobre a forma como lidamos com a vida. Mesmo entre crentes, teorias existenciais estranhas a palavra de Deus tem penetrado na consciência dos cristãos. Ideias de ganhos fáceis, disciplina aplicada para obtenção de resultados e espiritualidade neutra são formas de tratar as vicissitudes da vida e que são inexistentes no N.T.. Precisamos resgatar as poderosas fontes motivadoras dos primeiros crentes.

Uma dessas fontes de transformação é a consciência de que seguir Cristo por meio de uma vida de abnegação é possível em decorrência da convicção da ressurreição tanto para o corpo quanto para a alma.

Romanos 6.4 Fomos sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós andemos em novidade de vida.

A questão toda envolve uma lógica natural. Se fomos sepultados no batismo, logo, fomos também ressuscitados com Cristo para uma nova vida. A ênfase de Paulo sobre a ressurreição é muito prática. À medida que o crente é exposto ao ensino da ressurreição, seu coração se enche de esperança e suas atitudes são completamente mudadas.

A crença na ressurreição proporciona nova esperança aos enfermos, aos enlutados e a todos que estão enfrentando adversidades. Uma vez que a morte não significa o fim do indivíduo. Os enfermos sabem que quando ocorrer a ressurreição, eles receberão um novo corpo que jamais morrerá. Os enlutados não precisam mais temer a separação eterna das pessoas amadas, nem imaginar que serão espíritos desencarnados, eternamente impessoais. Seus entes queridos que pertencem a Cristo serão ressuscitados como pessoas completas. Os que estão enfrentando tribulação podem regozijar-se no Senhor porque sabem que sua leve e momentânea tribulação produzirá eterno peso de glória, como foi com Jesus.


Conclusão

Cada oportunidade que temos de repensar e reposicionar nossas próprias vidas é importante e tem seu próprio significado. O dia do casamento, a formatura na faculdade, o nascimento de um filho ou mesmo a mudança do calendário oferecem a chance de fazermos um auto exame e buscarmos as mudanças e ajustes necessários. Entretanto, se buscarmos estas transformações a parte do evangelho, os resultados serão inócuos e sem vida. Se existe uma coisa que todos os crentes devem se lembrar é do evangelho de Jesus, uma vez que ele é o molde que vamos acomodar nossas próprias vidas.



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